«À beira do abismo»

Publicado no jornal “A Bola”, este sábado, 13 Fevereiro, na rubrica «Edição Regional - Sul».

«Cada vez pior. O Estrela da Amadora caminha a passos largos para a extinção e, desta vez, foi o próprio administrador judicial do processo de insolvência, Paulo Sá Cardoso, a aconselhar os responsáveis pelo futebol do clube a abandonar a competição sénior.

"A situação está péssima" desabafa Jorge Paixão, treinador que, para a recepção ao Atlético de Reguengos, amanhã, tem apenas 14 jogadores disponíveis. Pior que isso, porém, é o atraso no vencimento de todos eles.

"Há jogadores com quatro meses de ordenado em atraso, outros com três e alguns com dois meses e meio. Já existem casos de atletas com rendas de casa em atraso e com avisos de despejo, o que começa a envolver também as famílias de todos eles", explica Jorge Paixão, que dá voz à revolta dos atletas pelas decisões de Paulo Sá Cardoso:

- Estão a privar-nos do nosso direito de trabalhar. É muito difícil motivar jogadores que não se sentem respeitados. A lei diz que num processo de insolvência todos os trabalhadores têm de estar em pé de igualdade mas a verdade é que nenhum dos outros funcionários tem tantos ordenados em atraso como os futebolistas.

Condições mínimas

Além da extinção do departamento médico do clube - os jogadores são actualmente tratados por um antigo funcionário do clube, já reformado -, a equipa deixou também de ter direito a refeição em dia de jogo.

"Almoçamos cada um em sua casa, o que é ridículo num clube profissional" diz Paixão, deixando um apelo aos sócios: "Queremos que nos deixem trabalhar e acabar a época com alguma dignidade. Não nos deixem cair."»

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