Estrela tem até 28 de fevereiro para apresentar lista de credores

Publicado no Jornar Record, Segunda-Feira, 25 Janeiro de 2010 - 20:16
 
«TRIBUNAL DE SINTRA ACEITA PROLONGAR O PRAZO 
       
O Tribunal do Comércio de Sintra aceitou prolongar até 28 de Fevereiro o prazo para apresentação da lista de credores a elaborar no âmbito do processo de insolvência do Estrela da Amadora.

O despacho da juíza do processo de falência, a que a Lusa teve acesso, prorroga por quase mais um mês o determinado na assembleia de credores de 16 de dezembro, que fixou a data de 30 de janeiro para que o administrador de insolvência apresentasse a lista dos credores.

Dado o elevado número de credores do Estrela da Amadora, o administrador de insolvência, Paulo Sá Cardoso, pediu ao tribunal para que pudesse certificar todos os créditos reclamados, cujo valor ascende 50 milhões de euros.

Entre os 204 credores do clube, impedido de inscrever-se na Liga portuguesa de futebol no início desta temporada, figuram a Segurança Social, o Fisco, empresas, trabalhadores do clube e particulares.

As maiores importâncias a reclamar pertencem à Segurança Social (3,2 milhões euros), ao Fisco (12,5 milhões de euros) e a José Maria Salvado (2,5 milhões de euros).

A 16 de dezembro, a assembleia de credores do Estrela da Amadora aprovou proposta do administrador de insolvência de apresentação de um plano com vista à recuperação da colectividade, num prazo de 90 dias.

A proposta de apresentação do plano de solvência foi aprovada por maioria, com um voto contra de um credor e a abstenção de três credores, um dos quais o Estado.

O administrador de insolvência, Paulo Sá Cardoso, considerou que será possível ultrapassar a situação de insolvência, mas alertou que, para isso, "tem de haver dos credores não trabalhadores uma benevolência relativamente aos seus créditos".

Essa benevolência incluiria o perdão de juros, um período de carência de pelo menos dois anos no pagamento e uma renegociação da dívida, com prazos de pagamento a longo prazo.

Se assim não for, a venda dos activos do Estrela da Amadora só chegará para pagar a credores privilegiados e, ainda assim, não todo o crédito, advertiu Paulo Cardoso.

O representante do Estado afirmou que não votou a favor e absteve-se devido a um dos pressupostos do plano, adiantando que o Estado deverá votar contra o plano de solvência se este incluir perdão dos juros, um período de carência dos créditos e perdão de parte do capital em dívida.

O Estrela da Amadora foi considerado insolvente a seu próprio pedido, alegando que se encontrava impossibilitado de cumprir pontualmente as suas obrigações, uma vez que não detinha meios próprios ou de crédito.

O clube, que está a competir na 2.ª Divisão, tem bens imóveis cujo valor, para efeitos fiscais, é de "5,5 milhões euros", valor considerado muito aquém do valor real.
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